18.11.10

Ventania


Na canção do vento
te ofereço a face esculpida em pedra polida
de tantas esperanças dormidas no suave embalo desta melodia

Na canção do vento
te revejo em desejos e gemidos,
sem o ranço amargo do tempo,
hoje é apenas triste lamento de um poema sem rumo e alento
e que azeda o que era antes doce frêmito.

Na canção do vento
te cultivo no eco to teu riso cristalino
que canta minha saudade como um hino,
e tritura meus sonhos como um moinho
que o vento espalha pelo caminho.

Na canção do vento
te eternizo nos ritmos da poesia
que não reflete nem a sombra da minha agonia posto que
AMOR EM DEMASIA é transformar brisa em ventania.


                                                                      
 Giselle Chalu Pacheco