4.8.10

Poema dos Direitos da Criança


Primeiro Princípio:
Todas as crianças são iguais perante a vida.
As crianças terão
a garantia total de seus direitos
sem exceção de raça, credo, cor e sexo
ou classe social.
Pois, a criança, além de ser menor
É o homem em estado de poesia.

Segundo Princípio:
Todas as crianças têm direito
á plenitude física, espiritual e social,
nas dignas condições da liberdade.
Assim como o pássaro tem direito ao canto
assim como as nuvens têm direito ao vôo
assim como o pólen tem direito à flor.

Terceiro Princípio:
Todas as crianças têm direito
a nome e nacionalidade.
São estrelinhas iguais de alma e carne
no útero azul e vasto da amplidão.

Quarto Princípio:
A segurança social é um bem comum
como a luz, o ar e a água que bebemos.
Que não haja criança sem escola.
Que não haja criança sem comida.
Que não haja criança sem acesso
à educação, acultura e ao desporto,
sem a quentura da casa e da família.

Quinto Princípio:
As crianças nas quais a vida não brotou,
com todas as suas células perfeitas,
terão direito a uma forma digna
de cuidados e certezas e verdades
e integração na vida social.

Sexto Princípio:
Todas as crianças necessitam
de amor pelo amor com que nos amam.
Assim, como cada um dos nossos filhos.
Assim, como cada um que é nosso irmão.
Que as sozinhas crianças sem família
tenham no Estado família e proteção,
nos albergues do afeto e da ternura.

Sétimo Princípio:
A educação de base é necessária
gratuita e obrigatória.
Aí se planta o grão da liberdade.
Aí se planta o sonho e a esperança.
Educação integradora na cultura,
capaz de abrir a todas as crianças
o campo da igualdade no trabalho,
uma terra de iguais para viver.

Oitavo Princípio:
A criança terá socorro sempre,
assim como também todo menor.
Nas catástrofes, enfim, nas agressões do meio,
primeiros sempre
a receber afeto e proteção.

Nono Princípio:
Que alguma criança ou algum menor
seja deixado
em abandono, crueldade, exploração.
Que jamais seja pasto de maus tratos.
Que não o caleje o trabalho antes do tempo.
Uma criança é uma criança, uma criança...
Por isso é a pátria da ternura humana.

Décimo Princípio:
Todas as crianças
e todos os menores
devem ser educados na igualdade,
na amizade entre os povos,
na prática da paz universal.

Parágrafo Único:
Todas as crianças nos hão de reensinar a vida,
a qual nelas floresce, em seu mistério.
Uma criança é uma criança e todas as crianças,
por isso, quando alguma nos sorri,
seja em qualquer berço
seja em qualquer mesa.
é como todas as crianças do mundo a nos dizer:
“Eu te amo! Eu te amo!
E tu... me amas?”

                                                        João de Jesus Paes Loureiro